Depois
apareceu uma borboleta negra,
laranja
e azul esvoaçando sem rumo e alguém disse
que
elas viviam apenas vinte e quatro horas,
que
não precisavam trabalhar nem montar um lar,
o
lar eram as flores onde iam pousando descuidadas,
depositando seus ovos, e os filhos que se virassem
sozinhos.
Mas antes alguém lembrou, ou ninguém,
talvez todos tenham pensado sem dizer,
antes foram crisálida, larva lenta, feia, cascuda,
escura,
fechada sobre si mesma, elaborando em
silêncio
e desbeleza as asas de mais tarde.
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
Nenhum comentário:
Postar um comentário