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sábado, 21 de julho de 2012

CAIO FERNANDO ABREU


Depois apareceu uma borboleta negra,
laranja e azul esvoaçando sem rumo e alguém disse
que elas viviam apenas vinte e quatro horas,
que não precisavam trabalhar nem montar um lar,
o lar eram as flores onde iam pousando descuidadas,
depositando seus ovos, e os filhos que se virassem sozinhos.
Mas antes alguém lembrou, ou ninguém,
talvez todos tenham pensado sem dizer,
antes foram crisálida, larva lenta, feia, cascuda, escura,
fechada sobre si mesma, elaborando em silêncio
e desbeleza as asas de mais tarde.


Caio Fernando Abreu

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