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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Ao mínimo clarão



Talvez seja melhor não nos voltarmos
a ver, ao mínimo clarão
das mãos a pele se desavém com a memória.
As mãos são de qualquer corpo a coroa.

Das dele já nem sequer o itinerário
sei hoje muito bem, onde o horizonte
se desata o mar agora
regressa ao coração de que faz parte.

Ainda é o mar contudo o que se vê
florir onde ele chegar. Chamando a esse
rapaz rebentação,
o céu rasga-se à volta dos seus ombros.



Luís Miguel Nava

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Saudade




SAUDADE

Saudade! Olhar de minha mãe rezando
e o pranto lento deslizando em fio...
Saudade! Amor da minha terra... O rio
cantigas de águas claras soluçando.

Noites de Junho... O caboré com frio,
ao luar, sobre o arvoredo, piando, piando...
E, ao vento, as folhas lívidas cantando
A saudade infeliz de um sol de estio.

Saudade! Asa de dor do Pensamento
Gemidos vãos de canaviais ao vento...
As mortalhas da névoa sobre a serra...

Saudade! O Parnaíba - velho monge
as barbas brancas alongando... E ao longe,
o mugido dos bois da minha terra...

Da costa e silva

sábado, 11 de julho de 2009

Vento...



VENTO...

Hoje,
Desnudo de adereços,
O vento ainda canta para mim.
Parece que ouço o rumorejo,
Daquele vento gostoso,
Que me bordava de beijos.

Genaura Tormin